De Mochila Pela América

Relato de uma mochilada pela Bolívia, Peru, Chile e Argentina

18.5.07

Estavamos em Piucon desde segunda-feira esperando o tempo melhorar para subir ao vulcao. O dia amanheceu nublado na quinta-feira, mas sem chuva, o que ja era um bom indicio. Nos encontramos na agencia conforme combinado, as 7 da matina, o que aqui ainda é bem de madrugada ja que normalmente amanhece as 9 nesta epoca do ano. Nosso guia disse que era de 50% a chance de subirmos e que so saberia melhor na base do vulcao. Resolvemos ir la, caso nao fosse possivel subir pagariamos apenas o transporte (8 dolares.). Eis que chegando na base do vulcao, ja estamos acima das nuvens e o dia estava lindo, um ceu azul e um sol de rachar. Nos apressamos em colocar os equipamento e fomos rumo a montanha.
Existe um teleferico na base, custa cerca de 10 dolares, que nos leva ate um ponto intermediario e nos faz ganhar cerca de 1 hora e meia na subida. Ele estava parado pra manutencao, assim comecamos desde o comeco, literalmente. É uma subida facil mas a neve a torna um pouco desgastante. O klauss, nosso guia, que tem no curriculo mais de 1000 subidas ao vulcao, ia na frente comigo e o Deoclides. O Fábio estava uns 5 minutos atras e a Lucia na rabeira, junto ao auxiliar do guia. Chegamos no teleferico, comemos um pouco e descansamos ate a Lucia chegar. Parar nessa situacao e bom pelo descanso, mas tem um efeito colateral: o suor do corpo comeca a congelar e faz um frio dos infernos nas costas.
Juntamos as coisas e voltamos a encarar a montanha. Depois de mais 1 hora de subida encontrei 2 caras descendo e no segundo vi, escondida debaixo de algumas blusas de frio, uma gola da camisa da selecao brasileira de futebol. Depois de confirmada a nacionalidade, perguntei ao cara se ele tinha chegado a cratera e ele disse que tava quase impossivel devido ao vento. Continuamos subindo, sendo que nesta altura o gui,a, deoclides e eu estavamos bem a frente dos demais.
Como a subida é ingrime temos que caminhar em zig-zag, a passos lentos, para nao forcar demais as pernas e ficar sem forcas antes do tempo. A neve, as vezes uns 40 cm, torna pesado o caminhar em alguns trechos o chao esta congelado, ficando mais escorregadio que pau-de-sebo. Olho para o chao, procuro um lugar onde minha bota vai ter apoio, olho pra baixo, imagino onde vou parar de sair rolando, cravo meu piolet no caho e vou-me embora.
Estavamos quase chegando em um platô, a cerca de 400 metros cratera, e subitamente veio um vento sinistro, segundo o guia de uns 70 a 80 km/hora. Nesse momento estava sem luvas, pois apesar de tudo sentia calor, e o vento trazia consigo pedacos de gelo e neve que pareciar cortar minha pele. Mais que imediatamente eu e o Deuclides nos abaixamos e fincamos o piolet na neve pra nos proteger. Nos aproximamos do guia e ele achou melhor descermos e esperar um pouco enconstados atras de uma rocha pela qual haviamos passado.
Na descida nos juntamos aos outros 3 e aproveitamos o tempo tecnico para comer e beber mais um pouco de agua. Ficamos la um tempo e, como o vento nao estava dando tregua, acabamos abortando a missao e fomos para o teleferico. A esta hora o tempo ja havia mudado totalmente e a visibilidade estava baixa, tantas nuvens. Pra descer foi um brincadeira so, 2 horas de ski-bunda!!!
Bom, gostei demais do trekking mas fiquei com o vulcao atravessado na granganta. Vou ter que voltar a Pucon, numa outra oportunidade.
Ja estou em Santiago, visitei alguns museus e pontos turisticos, logo que possivel posto as fotos
abracos